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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SSSÔÔÔMMM


Na minha infância eu acordava e dormia ouvindo música, quase todos na minha família tocam algum instrumento de corda ou de sopro. Meu tio que me ensinou a tocar violão sempre me dizia “Não leia com os olhos a nota no papel para tocar, leia com os ouvidos, eles têm muito mais coisas a lhe dizer”. Resultado: ouço uma música qualquer e simplesmente saio tocando suas notas quando ouço pela primeira vez (claro que não é sempre). Muita gente faz isso, e admiro que consegue desenvolver essa maneira de tocar. É sempre um desafio tocar uma música e achar o tom, a melodia e outras coisas mais.

Muitas vezes as letras são insuportáveis, mas a melodia, as notas, o timbre de um baixo, o toque sutil de uma batida e a cadência produzem uma sonoridade que fazem você esquecer em plena segunda-feira, as três da tarde, que a semana recheada de tarefas está apenas começando.

Neste fim de semana sai para jantar com um grupo de amigos que tocam algum instrumento, alguns profissionalmente e outros, como eu, apenas tocam...
Conversávamos sobre viagens, infância, filmes...até que pelas caixas de som saem notas refinadíssimas de uma canção do Chico Buarque. Então entramos numa discussão sobre o número de instrumentos utilizados na gravação. Resumindo descobrimos apenas 11 de 19 instrumentos utilizados. A conversa foi por este lado por mais ou menos uma hora, entre outras músicas e instrumentos.

Faça um teste, ouça uma música, e procure distinguir sons e aguçar a sua audição, conte quantos instrumentos foram colocados. Ouça também os arranjos, o timbre dos instrumentos, o ritmo, a melodia, a harmonia...
Imagine horas de estúdio e diversos ajustes para que cada instrumento seja percebido numa altura certa sem que um eclipse o outro.
Tenho certeza de que você vai aprender a ouvir melhor qualquer música.

Um comentário:

  1. Dedé, muito obrigada por compartilhar esse universo musical. Sou tão visual...preciso de música. Bei juss

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